quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Descoberta de Túmulo de Rainha Vermelha do Templo XIII

 

DESCOBERTA DE TÚMULO DE RAINHA VERMELHA DO TEMPLO XIII



 

 

Na manhã do dia 11 de abril de 1994, um arqueólogo jovem, chamado Fanny Lopez Jimenez, fazia o seu trabalho de rotina, limpando as ervas daninhas e entulho da sucumbida escada do Templo XIII. O seu objetivo era estabilizar a estrutura e evitar futuras deteriorações. Ao observar o seu trabalho a uma certa distância, notou uma pequena fenda de aproximadamente 4 cm de tamanho, parcialmente coberta de argamassa. Usando um espelho primeiro e depois as lanternas elétricas, Fanny e os colaboradores dirigiram a luz para a fissura e perscrutaram-na, viram uma estreita passagem de 6 metros de comprimento. A passagem estava vazia e sem entulho e abria-se para outra passagem que funcionava em ângulos retos. Onde os dois corredores se encontravam, aí viram uma grande porta selada.

 

  

Fanny mal podia conter a sua excitação. Tinha encontrado uma subestrutura desconhecida, enterrada na superfície do Templo XIII, um edifício, que ninguém pensava ter algo importante para oferecer. Depois de obter o OK do diretor do projeto, Arnoldo Gonzales Cruz, no dia seguinte, a sua equipe afastou as pedras e entrou na passagem. Enquanto subia pela abertura, sentiu-se como se entrasse “num um túnel do tempo”, os seus passos caíram no silêncio de séculos, ecoando nas adormecidas paredes há muito tempo silenciosas. Entraram numa galeria de 15 metros construída com grandes blocos de pedra calcária que tinham três câmaras. As duas câmaras laterais estavam vazias; a central fora fechada por uma obra de cantaria ajustada propositadamente e coberta duma camada de estuque que ainda tinha traços do pigmento preto. As entradas de quaisquer das extremidades da galeria foram seladas. Os altos tetos foram construídos, tendo com base, o arco Maya guarnecido, um telhado da forma triangular terminado com grandes pedras. As sobras de carvão no soalho em frente da câmara selada indicavam que os rituais se tinham executado ali.

 

 


 

A equipe arqueológica, que trabalha num projeto para manter o patrimônio cultural do México, estava sob os auspícios de INAH, o Instituto Nacional de Antropologia e História. Todos eles sentiram que isto era uma descoberta importante. O templo XIII confina com o Templo das Inscrições, a pirâmide mais alta de Palenque e o monumento fúnebre do seu famoso soberano K’inich Janaab Pakal. Em 1952, o túmulo de Pakal tinha sido escavado por Alberto Ruz Lhuillier, revelando o primeiro enterro Maya real numa pirâmide, comparada na sua riqueza de jade, cerâmica e jóias ao túmulo do rei Tut do Egito. A equipe fez uma corte por cima da porta selada, estendeu por ela, uma lâmpada de pescoço longo por e viu lá dentro um sarcófago fechado esculpido numa peça única e pintado de vermelho com o cinábrio, um mineral de mercúrio usado como um conservante nos enterros. Duas semanas depois, após cuidadosas preparações, a equipe cavou uma entrada maior na câmara e achou muitos artefatos, inclusive um verticilo de fuso usado para a tecelagem, estatuetas de terracota com forma de apitos e tigelas cerâmicas que dataram o enterro entre 600-700 DC.

  


 

 

Às primeiras horas do dia 1 de junho de 1994, a equipe usou a técnica de elevador hidráulica que Ruz tinha aplicado para abrir o sarcófago de Pakal, girando lentamente a tampa de pedra calcária monolítica. Um odor forte do cinábrio emanou do sarcófago, fazendo a equipa usar mascaras. Quando a tampa se moveu o bastante para permitir a entrada na casa forte, a equipe observou uma forma real que já não se via quatorze séculos. Um esqueleto deitado de costas, os ossos completamente cobertos com o cinábrio vermelho.

 

Na caveira tinha um diadema liso, com contas de jade redondas; centenas de fragmentos verde-vivos enquadravam o crânio. Mais jade, pérolas, conchas e agulhas de osso cobertas rodeavam o esqueleto. Eram de colares, carretéis de orelha e pulseiras que adornavam o corpo sepultado. No peito encontravam-se muitas contas chatas de jade e quatro lâminas de obsidiana; três pequenos machados de pedra calcária cobriam a pelve. O interior do sarcófago era coberto de cinábrio. Tinha-se encontrado uma sepultura real. Foi a maior descoberta na arqueologia de Mesoamericana durante 40 anos, fizeram-se manchetes títulos e desenhou-se uma visita do presidente mexicano. Todo o mundo queria saber quem estava sepultado no Templo XIII.

  

 

 

Fanny Lopez teve a intuição de que era uma mulher, rainha Maya. Três meses depois da descoberta, o antropólogo físico Arturo Romano Pacheco foi enviado pelo INAH para examinar o esqueleto. A partir da forma dos ossos pélvicos e outros marcadores esqueléticos determinou que era mulher. A especulação corria desenfreada sobre o qual rainha Maya estava sepultada ao lado de Pakal: sua avó Yohl Ik’nal, sua mãe Sak K’uk, sua esposa Tz’aakb’u Ahau ou a sua nora K’inuuw Mat. Foram necessários muitos anos para determinar isto com exatidão. Os avanços em isótopos de estrôncio e análises ao DNA dos ossos foram necessárias fazer-se, para reduzi-lo a alguém não geneticamente relacionado a Pakal. A maior parte dos estudiosos sobre os Mayas, agora acreditam que a Rainha Vermelha do Templo XIII é a esposa de Pakal, Tz’aakb’u Ahau. Como não havia glifos esculpidos no seu sarcófago ou pintados nas paredes do túmulo, confirmação epigráfica não está disponível.

 


 

 

Obs: Acredita-se que a Rainha Vermelha encontra-se nos Estados Unidos atualmente...

 

 

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