DESCOBERTA DE TÚMULO DE
RAINHA VERMELHA DO TEMPLO XIII |
|
Na manhã do dia 11
de abril de 1994, um arqueólogo jovem, chamado Fanny Lopez Jimenez, fazia o
seu trabalho de rotina, limpando as ervas daninhas e entulho da sucumbida
escada do Templo XIII. O seu objetivo era estabilizar a estrutura e evitar
futuras deteriorações. Ao observar o seu trabalho a uma certa distância,
notou uma pequena fenda de aproximadamente 4 cm de tamanho, parcialmente
coberta de argamassa. Usando um espelho primeiro e depois as lanternas
elétricas, Fanny e os colaboradores dirigiram a luz para a fissura e
perscrutaram-na, viram uma estreita passagem de 6 metros de comprimento. A
passagem estava vazia e sem entulho e abria-se para outra passagem que
funcionava em ângulos retos. Onde os dois corredores se encontravam, aí viram
uma grande porta selada. Fanny mal podia
conter a sua excitação. Tinha encontrado uma subestrutura desconhecida,
enterrada na superfície do Templo XIII, um edifício, que ninguém pensava ter
algo importante para oferecer. Depois de obter o OK do diretor do projeto,
Arnoldo Gonzales Cruz, no dia seguinte, a sua equipe afastou as pedras e
entrou na passagem. Enquanto subia pela abertura, sentiu-se como se entrasse
“num um túnel do tempo”, os seus passos caíram no silêncio de séculos,
ecoando nas adormecidas paredes há muito tempo silenciosas. Entraram numa
galeria de 15 metros construída com grandes blocos de pedra calcária que
tinham três câmaras. As duas câmaras laterais estavam vazias; a central fora
fechada por uma obra de cantaria ajustada propositadamente e coberta duma
camada de estuque que ainda tinha traços do pigmento preto. As entradas de
quaisquer das extremidades da galeria foram seladas. Os altos tetos foram
construídos, tendo com base, o arco Maya guarnecido, um telhado da forma
triangular terminado com grandes pedras. As sobras de carvão no soalho em
frente da câmara selada indicavam que os rituais se tinham executado ali. A equipe arqueológica,
que trabalha num projeto para manter o patrimônio cultural do México, estava
sob os auspícios de INAH, o Instituto Nacional de Antropologia e História.
Todos eles sentiram que isto era uma descoberta importante. O templo XIII
confina com o Templo das Inscrições, a pirâmide mais alta de Palenque e o
monumento fúnebre do seu famoso soberano K’inich Janaab Pakal. Em 1952, o
túmulo de Pakal tinha sido escavado por Alberto Ruz Lhuillier, revelando o
primeiro enterro Maya real numa pirâmide, comparada na sua riqueza de jade,
cerâmica e jóias ao túmulo do rei Tut do Egito. A equipe fez uma corte por
cima da porta selada, estendeu por ela, uma lâmpada de pescoço longo por e
viu lá dentro um sarcófago fechado esculpido numa peça única e pintado de
vermelho com o cinábrio, um mineral de mercúrio usado como um conservante nos
enterros. Duas semanas depois, após cuidadosas preparações, a equipe cavou
uma entrada maior na câmara e achou muitos artefatos, inclusive um verticilo
de fuso usado para a tecelagem, estatuetas de terracota com forma de apitos e
tigelas cerâmicas que dataram o enterro entre 600-700 DC. Às primeiras horas
do dia 1 de junho de 1994, a equipe usou a técnica de elevador hidráulica que
Ruz tinha aplicado para abrir o sarcófago de Pakal, girando lentamente a
tampa de pedra calcária monolítica. Um odor forte do cinábrio emanou do
sarcófago, fazendo a equipa usar mascaras. Quando a tampa se moveu o bastante
para permitir a entrada na casa forte, a equipe observou uma forma real que
já não se via quatorze séculos. Um esqueleto deitado de costas, os ossos
completamente cobertos com o cinábrio vermelho. Na caveira tinha
um diadema liso, com contas de jade redondas; centenas de fragmentos
verde-vivos enquadravam o crânio. Mais jade, pérolas, conchas e agulhas de
osso cobertas rodeavam o esqueleto. Eram de colares, carretéis de orelha e
pulseiras que adornavam o corpo sepultado. No peito encontravam-se muitas
contas chatas de jade e quatro lâminas de obsidiana; três pequenos machados
de pedra calcária cobriam a pelve. O interior do sarcófago era coberto de
cinábrio. Tinha-se encontrado uma sepultura real. Foi a maior descoberta na
arqueologia de Mesoamericana durante 40 anos, fizeram-se manchetes títulos e
desenhou-se uma visita do presidente mexicano. Todo o mundo queria saber quem
estava sepultado no Templo XIII. Fanny Lopez teve a
intuição de que era uma mulher, rainha Maya. Três meses depois da descoberta,
o antropólogo físico Arturo Romano Pacheco foi enviado pelo INAH para
examinar o esqueleto. A partir da forma dos ossos pélvicos e outros
marcadores esqueléticos determinou que era mulher. A especulação corria
desenfreada sobre o qual rainha Maya estava sepultada ao lado de Pakal: sua
avó Yohl Ik’nal, sua mãe Sak K’uk, sua esposa Tz’aakb’u Ahau ou a sua nora
K’inuuw Mat. Foram necessários muitos anos para determinar isto com exatidão.
Os avanços em isótopos de estrôncio e análises ao DNA dos ossos foram
necessárias fazer-se, para reduzi-lo a alguém não geneticamente relacionado a
Pakal. A maior parte dos estudiosos sobre os Mayas, agora acreditam que a Rainha Vermelha do Templo XIII é a esposa
de Pakal, Tz’aakb’u Ahau. Como não havia glifos esculpidos no seu
sarcófago ou pintados nas paredes do túmulo, confirmação epigráfica não está
disponível. Obs:
Acredita-se que a Rainha Vermelha encontra-se nos Estados Unidos atualmente... |
Nenhum comentário:
Postar um comentário